segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Resposta

resposta








cara amiga eu lhe perdôo

o tempo que não passou

a lágrima que não chorou

o pôr-do-sol que não amou



cara amiga eu lhe convidou

pra festa que nem começou

pro samba que não terminou

pro sonho que nem voou



e nesse vai-e-vem, eu vou

esperando se me esperou

o poema que já me cantou

a palavra que já me soou



e de tristezas e alegrias

sigo a reta do que sobrou

esquecendo do que lembrou

inundando-me do que chegou



e se o que passou

chorou

amou

o que convidou,

começou,

terminou

voou,

se esperou

cantou,

soou,

sobrou,

lembrou

chegou



todos esses verbos

rendem-se agora

ao incognoscível gosto dos abraços

e toda rima se esgota

ante a palavra amiga de feliz amigo:



___ deixa disso camarada!

tem joão gilberto na vitrola

e tem café, fubá e carla lá em casa!

Thiago Luis.

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